Você me pendurou pelo avesso de cabeça pra baixo no varal da sua indecisão, me deixando presa a ela durante longos dias e noites de frio. Enquanto você não acha a hora certa de me tirar dessa confusão imensa que isso tudo se tornou, fico eu aqui imaginando o que fiz de errado e procurando alguma coisa ou algum motivo que pudesse levar toda a culpa. Mas então penso que talvez não exista um motivo verdadeiro, apenas aconteceu o que eu mais temia: você acordou em um dia qualquer, sem data, se sentindo diferente.
Às vezes, tenho vontade de te jogar em uma sala de interrogatório policial e te prender comigo até que diga algo que faça sentido ou um motivo convincente pra eu te deixar em paz. Outras vezes, tenho preguiça de tentar te entender e apenas quero jogar tudo pro alto e te esquecer, seguir em frente. Mas não da. Eu estou presa a ti. Estou presa a nós e a tudo que fomos e planejávamos ser. Mas talvez "nós" seja apenas uma palavra perdida no seu passado. Talvez nós seja uma palavra que existe apenas em mim, uma palavra que você deu asas e deixou voar, enquanto eu a segurei com toda minha força. E eu continuo segurando-a, tentando fazer com que você também queira fazer o mesmo. Mesmo que sejam tentativas falhas...
Presa a você, inevitavelmente. Mas talez seja assim que eu queira ficar. Claro, sem a sua indecisão. Mas se é a única parte que eu posso ter de você, não insistirei tanto em perdê-la. Afinal, ninguém morre por ter esperanças.
Algum tempo atrás você disse que não desistiria de mim. Sendo verdade ou não, só quero que saiba: eu não desisti de ti. E não vai ser tão fácil acabar com "nós", não assim. Não ainda.
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